Existir é uma modalidade complicada. Existir demais é perigoso. Existir de menos é transparente.
Sabe-se que se existe pelos outros, como num noticiário. Por aquilo que de nós pensam ou sentem, por aquilo que amamos ou desamamos, pela falta ou pelo cansaço que os outros em nós provocam.
Agora, à parte de filosofias, triste é darmos por nós berrando um NÃO (maiúsculo como este) a um ciganito que vende pensos estendendo o olhar na mão direita iluminada pelos semáforos. Existencialmente desanimador é perder a calma pela infracção de tráfego de um próximo que cai em nós, sempre inevitável como um novo dia.
Com tanto curso de formação profissional em calçado e vestuário, em inseminação artificial e semi-condutores, em qualidade de e para, poder-se-iam ministrar cursos intensivos para se existir melhor. Talvez então conseguíssemos descontraidamente gratificar ou não gratificar o arrumador de carros com parcimónia e sabedoria, compreender a observação da autoridade, ripostar sem exaltação ao burocrata, fintar com elegância o ex-toxicodependente que angaria fundos sem fundo.
Talvez assim chovesse menos, com num beijo ou numa Graça.
Sabe-se que se existe pelos outros, como num noticiário. Por aquilo que de nós pensam ou sentem, por aquilo que amamos ou desamamos, pela falta ou pelo cansaço que os outros em nós provocam.
Agora, à parte de filosofias, triste é darmos por nós berrando um NÃO (maiúsculo como este) a um ciganito que vende pensos estendendo o olhar na mão direita iluminada pelos semáforos. Existencialmente desanimador é perder a calma pela infracção de tráfego de um próximo que cai em nós, sempre inevitável como um novo dia.
Com tanto curso de formação profissional em calçado e vestuário, em inseminação artificial e semi-condutores, em qualidade de e para, poder-se-iam ministrar cursos intensivos para se existir melhor. Talvez então conseguíssemos descontraidamente gratificar ou não gratificar o arrumador de carros com parcimónia e sabedoria, compreender a observação da autoridade, ripostar sem exaltação ao burocrata, fintar com elegância o ex-toxicodependente que angaria fundos sem fundo.
Talvez assim chovesse menos, com num beijo ou numa Graça.
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